UMA LÔBA À SOLTA

Hoje acordei bem cedo, coloquei minha malha e fui para a  acadêmia, duas horas de muito suor.
Cheguei em casa tomem um belo banho vesti uma roupa leve e fui ao cabeleireiro, fiz cabelo e unha entre os buchichos da vida alheia. O dia transcorreu tranquilo e perfeito,me sinto cada dia mais sozinha, mas  minha alta estima está cada dia mais em ALTA.
O relógio marcou vinte horas, a mesa já esta posta . O telefone toca e a empregada atende:- O doutor mandou avisar  que não o espere para o jantar, ele não  sabe a hora que vai chegar.
 Pois bem, pode retirar a mesa. Respondi.
Fui para o meu quarto, parei em frente ao espelho e  me mirei ... foi quando o meu vestido tubo roxo sorriu para mim.
Ele delineia  meu corpo , tem um  leve decote em V que valoriza os seios, com o cabelo solto e  escovado, fiz uma  maquiagem um pouco mais carregada do que o de costume e capricho no batom vermelho coral fosco. Borrifei meu perfume amadeirado,  e escolho   os sapatos e bolsa na cor vinho.
Na mesa da cabeceira  da  cama a chave do meu carro me convida à sair...




Não consigo tirar da cabeça um estudo de psicologia divulgado há alguns dias nos Estados Unidos. Ele demonstra como um casamento infeliz é capaz de destruir a saúde do coração. A imprensa deu pouca atenção ao trabalho apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Psicossomática. Para mim, ele suscita uma discussão da maior importância. A minha escolha é mais um exemplo de que os jornalistas não são poços de imparcialidade. Como qualquer pessoa, somos esponjas do mundo. Captamos a realidade e somos tocados por ela a partir de referências e experiências muitos pessoais.

Talvez por isso eu tenha ficado tão interessada na pesquisa realizada pela psicóloga Nancy Henry, da Universidade de Utah. Ela recrutou 276 casais com idades entre 40 e 70 anos. Eram uniões duradouras – de 20 anos, em média. Nancy investigou a qualidade desses casamentos a partir de parâmetros como suporte mútuo, envolvimento emocional e frequência de desentendimentos sobre sexo, filhos e dinheiro. Os participantes também passaram por avaliações médicas como exames de sangue, medidas da pressão arterial e da circunferência da cintura.

Nancy descobriu que uniões desgastadas podem provocar depressão tanto nas mulheres quanto nos homens. Mas as mulheres que vivem casamentos infelizes parecem estar mais sujeitas a desenvolver sintomas fisiológicos da chamada síndrome metabólica. Ela é caracterizada por sinais como acúmulo de gordura abdominal, hipertensão, excesso de açúcar no sangue, baixos níveis de colesterol bom (o HDL, que ajuda a limpar as artérias) e excesso de triglicérides. Quem tem pelo menos três dessas cinco características tem a tal síndrome metabólica. Ela aumenta o risco de infarto, AVC e diabetes.

Por que as mulheres sofrem mais? "As mulheres parecem basear o conceito que elas têm de si mesmas na qualidade das relações que elas vivem. Talvez por isso um casamento ruim tenha um impacto tão grande na saúde física e emocional das mulheres", diz Nancy.

Perguntei a dois cardiologistas brasileiros se as conclusões do estudo são plausíveis. O médico Raul D. Santos, diretor da unidade clínica de lípides do Instituto do Coração, em São Paulo, diz que sim. Ele explica que vários estudos epidemiológicos associam a depressão e a raiva com a síndrome metabólica. A maneira mais simplista de explicar a relação seria que a pessoa deprimida ou com forte stress psicológico abandona medidas saudáveis de estilo de vida. Fuma mais, não vê razão para fazer atividade física e come mal.

Existem também mecanismos metabólicos envolvidos nisso. O stress aumenta as descargas do hormônio cortisol. Essa substância contribui para o acúmulo de gordura abdominal, aumento da pressão arterial e da resistência à insulina (o que desencadeia o diabetes). Há dúvidas na literatura médica sobre se as mulheres realmente sofrem mais danos. "Alguns estudos sugerem que as mulheres sejam mais sensíveis aos efeitos deletérios da depressão. Outros apontam a mesma coisa nos homens", diz Santos. "Depressão não é legal para ninguém e é um dos gatilhos do infarto", afirma.

O cardiologista Marcelo Assad, do Hospital Pró-Cardíaco, no Rio, tem a mesma opinião. "A depressão é indiscutivelmente a doença do século. A manutenção de um relacionamento falido perpetua um ciclo de stress, diminuição da autoestima e falta de perspectivas", afirma Assad.
Cristiane Segatto
http://revistaepoca.globo.com/

Comentários

  1. "Me dei conta que a vida é um conjunto de experiências para serem apreciadas e não sobrevividas.
    Agora já não guardo quase nada.
    Uso copos de cristal todos os dias.
    Visto roupas novas para ir fazer compras no supermercado se estiver com vontade de vestilas.
    Não guardo o melhor frasco de perfume para festas especiais, mas uso quando quero sentir a sua fragrância.
    As frases "um dia..." e "um dia destes...", estão desaparecendo do meu vocabulário.
    Vamos fazer tudo o que temos vontade, hoje..."

    Pela nossa saude... sejamos feizes!!!

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