MEU FADO

Bom dia! Assim me acordei hoje.
Abri meus olhos e liguei o DVD da cabeceira da  cama, que  de hoje e agora  em diante será só minha.
Mariza - uma fadista portuguesa embala o meu renascer...
Entre lágrimas e desejos, entre a guitarra portuguesa e  o imponente fado, entre o bater acelerado do meu coração e a necessidade de um recomeço. 
Levantei-me, deixei a camisola cair suavemente ao chão...caminhei ou melhor, deslizei pelo quarto dançando suavemente ao som do fado. Abracei-me, beijei-me, acarinhei-me e repetidas vezes jurei-me amor eterno! Preparei meu banho com muito carinho e lavei-me como nunca antes havia feito. Um sentimento enorme me invadia e era bom...muito bom. Minh'alma lavava-se na chuva com a rosa branca em meu peito. Primavera a florir  para a gente da  minha terra....fados! Ah ,Marisa...como cantas para mim. Dá-me saudades de uma Lisboa que nunca vi, uma vontade do Algarve que nunca estive...
E a cada peça de roupa que vestia era como peças de um quebra cabeça que ia se formando...
Um vestido longo de seda branca caiu sobre meu corpo e eu me via me tranformando...um cinto  largo de couro marron sobre os quadris, um colar de pedras turquesa, um bracelete  de couro...cabelos caidos sobre os ombros, sandalias rasteira. Pego minha bolsa e a chave do carro. Passo pela cozinha e aviso:
- Vou a floricultura comprar rosas brancas.
Uma borboleta não vive sem flores! Ou seria uma lôba? Não importa...




A palavra fado vem do latim fatum, ou seja, "destino", é a mesma palavra que deu origem às palavras fada, fadario, e "correr o fado".
Uma explicação popular para a origem do fado de Lisboa remete para os cânticos dos Mouros, que permaneceram no bairro da Mouraria, na cidade de Lisboa após a reconquista Cristã. A dolência e a melancolia, tão comuns no Fado, teriam sido herdadas daqueles cantos. No entanto, tal explicação é ingénua de uma perspectiva etnomusicológica. Não existem registos do fado até ao início do século XIX, nem era conhecido no Algarve, último reduto dos árabes em Portugal, nem na Andaluzia onde os árabes permaneceram até aos finais do século XV.
Numa outra teoria, a origem do fado parece despontar da imensa popularidade nos séculos XVIII e XIX da Modinha, e da sua síntese popular com outros géneros afins, como o Lundu, no então rico caldo de culturas presentes em Lisboa, tendo como resultado a extraordinária canção urbana conhecida como "fado".



História do fado


Depois de alguns anos de quase esquecimento, o fado volta a estar na moda. O Edusurfa conta-te um pouco da história deste género musical que é, afinal, a alma do povo português.

As origens do fado
Quando se fala de fado, cada cabeça sua sentença. Por muito tempo que se tenha dedicado ao estudo da história do fado, as conclusões são tudo menos coincidentes. Quais são, afinal, as origens do fado?

Há pelo menos um facto que parece ser unânime. O fado deverá ter surgido no século XIX. São várias as teorias. Uma refere que o fado é de origem árabe. Outra aponta a música brasileira, nomeadamente as chamadas modinhas, como a base do fado. Uma terceira teoria refere que a primeira vez que se ouviu fado foi na voz dos marinheiros que cantavam na proa dos barcos. Há ainda quem defenda que o fado surgiu na voz do povo, nas ruas da cidade de Lisboa, como uma forma de expressão de sentimentos.

A evolução do fado
Durante a primeira metade do século XIX, o fado esteve associado às classes mais baixas da população de Lisboa. Era cantado nas tabernas e reflectia o estado de espírito e as preocupações desta gente: o desalento, a tristeza, o ciúme e o medo.

Como chega então o fado às restantes classes sociais? Até meados do século eram poucos os espaços de divertimento da noite lisboeta. Atraídos pelo mistério e pelo 'pecado', os membros da aristocracia começaram a frequentar os bairros pobres da cidade tal como Alfama ou a Mouraria . É desta forma que as classes mais elevadas começam a ouvir o fado e a apreciar este género musical. E se até aqui as letras dos fados eram simples e até rudimentares, escritas pelos homens do povo, a partir de então alguns letrados e homens mais cultos iniciam-se na composição dando ao fado maior notoriedade.

O fado durante a censura
Em meados do século XX, o fado foi alvo de várias alterações. Por um lado, torna-se num género musical profissional pelo facto de ter começado a fazer parte do chamado Teatro de Revista. Muitos amantes do fado passam a fazer deste tipo de música a sua profissão. Por outro lado, vivia-se na ditadura de Salazar e a censura era implacável. Aos fadistas e instrumentistas era exigida uma licença para cantar e tocar fado, ao mesmo tempo que as letras e os poemas eram sujeitos a uma censura apertada. Mas, inicialmente com o cinema e a rádio e mais tarde com a televisão, o fado já estava totalmente assimilado pelo povo e raro era o português que não admirava este género musical. Ainda mais quando, na década de 50, surge aquela que ficaria para a história como a maior fadista de todos os tempos - Amália Rodrigues.

A nova geração do fado
 Camané, Mafalda Arnauth, Mísia e Mariza são apenas alguns dos novos nomes do fado. Nos últimos dez anos, o fado tem-se renovado. Não só se introduziram novos instrumentos, como é o caso do piano ou do contrabaixo, como se inovou na forma de compor. Além disso, vários fadistas começaram a interpretar letras de escritores portugueses contemporâneos até aqui pouco relacionados com o fado.

Mariza é, sem dúvida, o expoente máximo desta nova geração de intérpretes. A sua forma única de exprimir o fado tem levado bem longe a música que melhor simboliza a alma do nosso pais.



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