A ORIGEM DE KORINA




... Caída entre galhos e  folhas secas .

Um gemido, um choramingar, entre o canto dos pássaros e o assoviar do vento.
Assim conta o pajé de uma tribo desconhecida pelos homens brancos  a menina loba Korina,
foi assim que você foi  menina  lobinha encontrada no meio da floresta, entre placenta e com seu cordão umbilical ainda pendurado.

Korina esta na idade de se descobrir...como manda a tradição indígena ela precisa buscar seus ancestrais.
Ela carrega traços marcantes. Olhos negros bem vivos, e profundos que não deixa transparecer  seus sentimentos. Reservada porém de sorriso largo, charmosa, amável, expressiva, muito criativa e um tanto curiosa.
 O Pajé atrai Korina para dentro de uma oca e lá começa o trabalho de busca a origem  da menina.

A tribo toda aguarda do lado de fora, curiosos e ansiosos em saber qual será o resultado desta experiência.

Korina já havia relatado ao pajé que em sonhos ela via sua mãe e os olhos de um homem que lembravam muito os seus .
Em seu coração pressentia uma mãe viva que uivava pela floresta em sua procura.

Uma porção liquida amarga é dado a menina para que ela mergulhasse em sono profundo e libertasse seu espirito para ir em busca do seu passado.
Uma experiencia extremamente perigosa, pois não sabiam aonde iam chegar, e se a menina teria forças suficiente para trazer seu espirito de volta ao corpo.

Deitada sobre uma esteira no chão, com um vestido branco sobre a pele , Korina deixa seus cabelos negros cairem ao redor da sua cabeça.

Começa o ritual.
Em pouco tempo a menina está em sono profundo...
O estampido de um tiro estremesse o corpo da menina que se assusta...
O espirito de Korina se esconde entre as arvores como um animalzinho assustado.

De repente ela avista uma loba, seus olhinhos se encantam ao reconhecer a mãe.
Um sorriso é esboçado no rosto da menina adormecida.
Em sua testa o suor era enxugado pelo pajé, que observava cada gesto e a pulsação da menina.
Korina quer correr para abraçar a mãe quando observa que ela esta ferida e em fuga.
Então com o olhar assustado a menina procura ver o porque ou de quem a sua mãe está fugindo.
Logo atrás na floresta fechada Korina vê um homem...
E ela logo pensa , é dele que minha  mãe está fugindo!
Uma dor corta o peito da menina ao se ver impotente perante aquela cena.

Olha para o caçador com a fúria de uma loba, é quando fita os olhos do homem e o reconhece.
É ele,
 os olhos que sempre vejo em meus sonhos...meu pai!

Korina corre em direção a mãe que está desfalecendo ao pé de uma arvore.
O corpo da menina se debate, entre gritos de choro , uivos de dor...
Seu suor e sua agitação preocupa o pajé que não perde um movimento da menina.

Korina grita para a  mãe loba, pedindo para que não morra!
Grita para o caçador implorando  que pare.
 Não mate minha mãe...por favor!
Pare!!!!!!!!!!!!!!
O pajé preocupado com o agito da menina, começa a invocar o  seu espirito de volta.
Volte Korina!
Volte Korina!
Volte Korina!!!!!!!!!!!!
A menina atordoada, abre os olhos e entre lagrimas soluça desesperada , e  ela revela.

Sou filha de uma loba com um caçador!

O pajé abraça a menina, e dá-lhe uma outra porção, esta agora para que ela durma e se acalme.

Ele deixa a menina repousando e se apresenta a tribo:
- A origem de Korina  cujo nome significa virgem, imaculada. 

Korina  é uma mestiça , filha de uma loba com um homem.

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