UMA GAIOLA SEM PORTA



Querido diário,
As lembranças chegam numa manhã de sábado,
 sentada  em meu belo tapete persa, recostada ao sofá da sala de estar... dentro de um confortável vestido Romana Keveza na cor azul piscina. Com os cabelos presos num rabo de cavalo ,um bracelete  em ouro da Tiffany & Co. no braço direito, uma taça de Veuve  Clicquot na mão  viajo ouvindo Century - Lover Why.
Olho pela vidraça da varanda  de minha cobertura e vejo o tempo passar como o trailler de um filme antigo.
Lembranças de conversas leves, geradas do nada ,que me levaram a crer em tantas coisas.
Vejo na estrada da vida que percorri sem sentir a construção de uma bela gaiola na qual  o perfume das flores não me fizeram perceber que a vida passou tão ligeiro.
E aquela  simples conversa , destas que temos despretensiosa me despertaram para a dor da prisão.
Fez gerar a vontade de ser passarinho , a vontade de voar, de cantar e acompanhar outro voo. 
O tchau no encerrar de uma conversa, dizendo que iria desfrutar da liberdade de um final de semana.

A minha resposta sem sentir e a qual me fez despertar:
 - Voa passarinho, pois sou como a cotovia que nunca pode ver a luz do dia fora desta gaiola.

Sim meu diário,
de repente a gaiola ficou pequena, sufocante e o canto de um  pássaro que se disse livre me gerou a angustia de estar presa.

Canta...dizia ele e eu não conseguia.
Venha...e eu me debatia.

Canta...dizia ele.
Venha....me chamava.

Veja como sou feliz, veja como sou livre.
E cada vez mais minha vontade de ir atrás aumentava.

BOBA! Quem disse isto? 
Eu , seu diário, sua consciência , sua realidade.
Então não vê que a sua gaiola não tem porta,  que não sabe voar sozinha e que quem te convida nada faz para te ajudar a quebrar sua gaiola?
........

Só agora posso ver!








http://youtu.be/65AelLGZ-2E

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